Mês do Orgulho: O que terapeutas precisam lembrar no atendimento a casais LGBTQIAPN+ - Terapeuta de Casal
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Mês do Orgulho: O que terapeutas precisam lembrar no atendimento a casais LGBTQIAPN+

Mês do Orgulho: O que terapeutas precisam lembrar no atendimento a casais LGBTQIAPN+

por Tatiana Perez - CRP 07/26032

Junho é o Mês do Orgulho LGBTQIAPN+, um momento de celebração, visibilidade e também de resistência. É um mês em que se destaca a luta por dignidade, respeito e reconhecimento de identidades e formas de amar que, por muito tempo ? e ainda hoje ? são marginalizadas, silenciadas ou invalidadas.

Para nós, terapeutas que trabalhamos com casais, essa data nos convida a uma reflexão profunda sobre a nossa prática clínica:
Será que estamos realmente preparados para acolher todas as formas de relacionamento com a escuta e o cuidado que elas merecem?

A diversidade afetivo-sexual não é uma pauta "do mês de junho".
É uma realidade cotidiana que exige de nós, profissionais da saúde mental, um compromisso contínuo com o respeito, a escuta livre de preconceitos e o estudo constante sobre os marcadores de identidade que atravessam os vínculos amorosos.

Na terapia de casal, isso significa:

Evitar pressupostos heteronormativos.
Nem todo casal é formado por um homem e uma mulher. Nem toda relação segue modelos monogâmicos ou tradicionais. O terapeuta precisa escutar o casal a partir da realidade deles ? e não de modelos pré-estabelecidos.

Reconhecer as violências sutis e explícitas.
Casais da diversidade podem carregar histórias de rejeição familiar, invisibilidade institucional, discriminações e traumas que afetam diretamente a construção da intimidade, da confiança e da segurança no vínculo. Isso não é detalhe ? é contexto clínico.

 Oferecer um espaço realmente seguro.
Ser um espaço seguro vai além de "não julgar". Envolve nomear, validar, perguntar com cuidado, estar disposto a aprender com os erros e corrigir rotas sempre que necessário.

A presença de um casal LGBTQIAPN+ no consultório não é apenas um indicativo de que a diversidade chegou até a psicologia ? é também um chamado à responsabilidade ética e técnica. Porque toda relação merece poder se expressar com autenticidade e ser cuidada com respeito.

Neste mês do Orgulho, que tal reforçar esse compromisso?
Vamos juntas e juntos construir uma prática clínica que não apenas acolhe, mas celebra a pluralidade do amor.

Tatiana Perez

Psicóloga CRP 07/26032 com Especialização em Terapia Sistêmico-Cognitivo de Famílias e Casais. Tem como missão auxiliar pessoas e casais a descobrirem e se conectarem com sua forma de amar. Hoje realiza sua missão através dos atendimentos clínicos online a adultos e casais e também através da capacitação Ser Terapeuta de Casal que educa e empodera psicólogas no atendimento com casais. Luta por um mundo em que a diversidade seja reconhecida para que todos possam receber atenção, acolhimento e atendimento qualificado. Idealizadora deste site de indicações e supervisora das psicólogas/os nele cadastradas/os.