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Você já se perguntou por que repete certos padrões em suas relações, mesmo quando promete a si mesma que "da próxima vez vai ser diferente"?
Por que se sente rejeitada com tanta facilidade, ou por que parece atrair sempre o mesmo tipo de pessoa ? mesmo que mude de nome, de cidade ou de fase da vida?
Essas perguntas, tão comuns no consultório e na vida, nos levam a olhar com mais cuidado para algo que a Terapia do Esquema nos ajuda a compreender: os esquemas emocionais.
Na Terapia do Esquema, desenvolvida por Jeffrey Young, esquemas são padrões emocionais, cognitivos e comportamentais profundos que se formam ao longo da infância e da adolescência. Eles nascem a partir das nossas experiências precoces ? especialmente quando nossas necessidades emocionais básicas não foram atendidas, como afeto, segurança, validação, autonomia e limites realistas.
Esses esquemas se tornam como "lentes" pelas quais interpretamos o mundo, especialmente no campo dos relacionamentos afetivos.
Eles não são conscientes. Muitas vezes, só percebemos sua presença pelos sentimentos recorrentes que nos tomam nas relações: medo de ser abandonada, sensação constante de rejeição, necessidade de agradar a qualquer custo, dificuldade de confiar, insegurança para dizer o que se sente.
Imagine alguém que desenvolveu um esquema de abandono. Ainda que viva uma relação estável, essa pessoa pode se sentir insegura o tempo todo, com medo de que o outro vá embora a qualquer momento. Isso pode levá-la a se comportar de forma ansiosa, controladora ou até mesmo evasiva ? tudo isso como uma forma (inconsciente) de proteger-se da dor de ser deixada.
Outra pessoa pode carregar um esquema de subjugação e, por isso, ter dificuldade de dizer o que sente, de colocar limites, de expressar suas necessidades. Ela se acostumou a silenciar, a se adaptar, acreditando que, se for "fácil de lidar", terá mais chances de ser amada.
E assim os esquemas atuam: criando armadilhas emocionais que se repetem, mesmo quando o contexto muda.
Porque os esquemas criam um campo de familiaridade.
Inconscientemente, buscamos situações que confirmem o que acreditamos sobre nós mesmas e sobre o amor. Se acredito que não sou digna de cuidado, posso me envolver com pessoas que reforcem essa crença ? ou sabotar relações saudáveis por achar que "tem algo errado".
Essa repetição de ciclos disfuncionais é o que chamamos de reencenação do esquema.
Mas a boa notícia é: esquema não é sentença. Quando tomamos consciência desses padrões, podemos interromper o ciclo.
O primeiro passo é o autoconhecimento.
Reconhecer nossos esquemas ? nomeá-los, compreender de onde vêm, perceber como eles operam nos nossos vínculos ? já traz clareza e poder de escolha.
O segundo passo é o trabalho ativo de mudança: construir novas formas de se relacionar consigo e com os outros.
Na Terapia do Esquema, esse processo envolve reconhecimento emocional, reestruturação cognitiva e experiências corretivas, tanto na vida quanto no setting terapêutico.
Relacionar-se com consciência exige coragem. Coragem de rever histórias, tocar em feridas e permitir-se viver algo novo.
O amor que vivemos hoje é atravessado pelas histórias que vivemos ontem.
Entender nossos esquemas é uma forma potente de cuidar dessas histórias e transformar as relações que construímos ? com os outros e com nós mesmas.
Se você é psicóloga ou terapeuta de casal, conhecer os esquemas mais comuns na vida afetiva dos seus pacientes pode te ajudar a compreender o que realmente está em jogo nas repetições, nos conflitos e até nas separações.
E se você está vivendo ou buscando uma relação mais saudável, saiba: compreender seus padrões não é sinal de fraqueza. É o início de uma nova história de amor ? escrita com mais clareza, presença e liberdade.
Psicóloga CRP 07/26032 com Especialização em Terapia Sistêmico-Cognitivo de Famílias e Casais e em Sexualidade Humana. Tem como missão auxiliar pessoas e casais a descobrirem e se conectarem com sua forma de amar (monogâmica ou não). Hoje realiza sua missão através dos atendimentos clínicos online a casais e também através da capacitação Ser Terapeuta de Casal que educa e empodera psicólogas no atendimento com casais. Luta por um mundo em que a diversidade seja reconhecida para que todos possam receber atenção, acolhimento e atendimento qualificado. Idealizadora deste site de indicações e supervisora das/os psicólogas/os nele cadastradas/os.