Joaquim chega em casa após um longo dia de trabalho, já imaginando o que sua esposa preparou para o jantar. Foi um dia difícil, e ele estava com muita fome. Deita-se no sofá e chama sua mulher para perguntar sobre o cardápio da noite.
Enquanto isso, Kátia, que tinha acabado de voltar do mercado, olha para seu marido deitado no sofá e começa a sentir uma raiva que a deixa vermelha. Ela trabalhava meio período em home office e o restante do dia era dedicado a cuidar da casa e fazer compras.
Quando Kátia disse que não teve tempo de preparar o jantar, Joaquim ficou furioso e expressou o quanto era difícil trabalhar o dia todo e não ter o que comer quando chegava em casa exausto. Kátia, ainda mais irritada, explicou o quanto era desafiador equilibrar o trabalho de manhã, os afazeres domésticos à tarde, e, ao mesmo tempo, não receber nenhum reconhecimento, sendo cobrada como se fosse uma empregada.
Essa é uma situação fictícia, mas reflete muitos casos que tenho visto em meu consultório. Observando a situação de fora, podemos compreender as razões de ambos, mas também entender a frustração que sentem.
Apesar do acordo entre os dois, no qual Joaquim trabalharia por mais tempo e Kátia cuidaria da maior parte das tarefas domésticas, as expectativas de cada um eram diferentes, e isso gerava frustração devido às expectativas não atendidas. Isso é comum em muitos relacionamentos, especialmente entre casais que vivem juntos.
Kátia esperava que Joaquim reconhecesse seu esforço e a convidasse para jantar fora naquele dia em que ela enfrentou uma longa fila no mercado. Joaquim, por outro lado, esperava um planejamento melhor por parte da esposa para garantir uma refeição adequada após um dia exaustivo de trabalho. Em vez de conversarem sobre seus sentimentos, acabaram discutindo, o que levou Joaquim a sair para comer sozinho e Kátia a buscar refúgio na casa de uma vizinha. Dormiram brigados, e após várias discussões semelhantes, decidiram procurar terapia de casal como última tentativa de salvar seu relacionamento.
É desafiador colocar-se no lugar do outro, especialmente quando estamos emocionalmente envolvidos, e essa é uma das principais causas de discussões em relacionamentos disfuncionais.
Mas por que é tão difícil se colocar no lugar do outro?
Ao entender a importância da empatia para melhorar o diálogo no relacionamento e torná-lo mais harmonioso, aqui estão algumas dicas sobre como praticá-la:
Essas dicas são extremamente benéficas para melhorar a comunicação dentro do relacionamento. É claro que a teoria parece muito mais simples do que a prática, uma vez que todos temos nossas dificuldades, crenças e valores que se manifestam ao longo da vida. No entanto, o autoconhecimento, as trocas com o parceiro para se conhecerem melhor e a ajuda de um profissional fazem toda a diferença para colocar a teoria em prática.
Praticar a empatia em várias situações do dia a dia, com colegas de trabalho, amigos, familiares, prestadores de serviços e, principalmente, com seu parceiro ou parceira, proporcionará uma nova perspectiva e facilitará a compreensão, modificando emoções e pensamentos e tornando a comunicação mais leve e gratificante. Vale a pena!
E se você estiver achando isso muito difícil, não hesite em buscar ajuda. Reconhecer nossas dificuldades não nos torna fracos ou incompetentes, mas demonstra nossa força e coragem em nos conhecer. A busca por ajuda pode ser um passo importante para o crescimento e a evolução pessoal.
Estou à disposição!
Ajudo adultos e casais a lidar melhor com seus pensamentos e emoções e se relacionar de uma forma mais plena e feliz.
Psicóloga clínica, atuando desde 2017 no atendimento psicoterápico individual e de casais com foco em terapia cognitivo-comportamental, terapia comportamental-dialética e terapia do esquema, atualmente atuando em atendimentos online individuais e de casal.